Equilíbrio e saúde

                      Por que comer muito rápido faz mal para a saúde


"Amor mastiga devagar”, Filho, mastigue mais vezes”, “cara, você praticamente engoliu a comida” ... cresci ouvindo broncas e conselhos como esses.

Comer lentamente, saboreando cada mordida e sem distrações pode parecer um luxo para muita gente. Mais é fundamental para a saúde, segundo um estudo apresentado na conferência anual da associação de cardiologia dos Estados Unidos.

Devorar alimentos não dá ao cérebro tempo suficiente para registrar que estamos satisfeitos. E aumenta em cinco vezes o risco de uma síndrome metabólica, caracterizada por um conjunto de fatores de risco relacionados a doenças cardiovasculares e diabetes, como obesidade, pressão alta e taxas elevadas de colesterol.

Depois de aprender um pouco sobre enzimas digestivas, ainda no ensino médio, ganhei um argumento pra tentar refutar quem questionava minha voracidade ao comer. As enzimas são proteínas responsáveis por facilitar algumas reações químicas no organismo, com a transformação de amido em glicose, ou proteínas em aminoácidos, por exemplo.

Alguns estudos mostram que comer rápido demais, não dá tempo de o estômago avisar o cérebro de que já está cheio. Faz sentido: a comunicação nervosa entre o cérebro e vísceras é muito mais lenta do que aquela entre cérebro e músculos. Para mexer um braço, leva uma fração de segundo. Para uma sensação estomacal chegar – ou deixar de chegar, no caso de uma dor, leva um minuto para chegar ao cérebro.

 

ESTUDOS

A pesquisa, conduzida pela Universidade de Hiroshima, no Japão, acompanhou por cinco anos 642 homens e 441 mulheres saudáveis. Eles tinham 51 anos quando o estudo começou, em 2008.


Os participantes foram divididos em três grupos, de acordo com a velocidade que ingeriam os alimentos. O resultado? 11,6% daqueles que comiam mais rápido desenvolveram síndrome metabólica, bem acima dos índices observados nos outros dois grupos – entre os de velocidade média, o percentual foi de 6,5%, e os mais lentos, 2,3%. Tudo indica que "comer mais devagar seria uma mudança de hábito crucial para prevenir a síndrome metabólica", afirma o cardiologista Takayuki Yamaji, que liderou o estudo.


   "Quando as pessoas comem muito rápido, fazem isso de forma exagerada, porque não se sentem saciadas. Isso também causa variações no nível de glicose, que podem levar a uma resistência à insulina."

A síndrome metabólica tem como base a resistência à ação da insulina, responsável por regular o açúcar no sangue, o que obriga o pâncreas a produzir mais esse hormônio.

Um estudo anterior já havia indicado que comer devagar é uma estratégia eficaz para perder peso.
 
A pesquisa, realizada pela Universidade da Carolina do Norte, constatou que obesos que praticaram técnicas de mindfulness (estado de atenção plena) perderam 2 quilos em duas semanas, enquanto quem continuou a comer rápido emagreceu 300 gramas

DA BOCA PRA DENTRO

Conheça um pouco mais sobre a mastigação

MÚSCULOS
Para acontecer, a mastigação depende de alguns músculos, especialmente o masseter e também outros como o bucinador e o temporal

FORÇA
Mulheres não têm os músculos tão fortes, fazem mais ciclos mastigatórios e o processo acaba levando mais tempo

RAPIDEZ
Apesar de não haver evidência científica de que uma alta velocidade para mastigar e engolir o alimento cause obesidade, o hábito é questionado por especialistas

LÍQUIDO
Mesmo porque aí aparece outro hábito a ser evitado: o uso de líquidos para 'empurrar' a comida esôfago abaixo. Eles dificultam a formação do bolo alimentar

SACIEDADE
Além disso, ao comer depressa, mesmo que a absorção dos nutrientes seja prejudicada, ingere-se mais comida porque a sensação de saciedade demora a ocorrer

DE UM LADO PRO OUTRO
O ideal é que o bolo alimentar seja movimentado de um lado para o outro, demandando atividade dos dois lados da arcada dentária e dos músculos que a movimentam.


Fonte: Uol G1

Por: Alexandre Abreu

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