O empoderamento feminino nas torcidas organizadas

Do pioneirismo ao esquecimento devido o preconceito.


        A primeira torcida organizada a se ter registro no Brasil foi a Torcida Uniformizada do São Paulo (TUSP), teria sido formada em 1939, por Manoel Raimundo Paes de Almeida, um dos futuros fundadores do Tricolor Paulista.


     Mas o que muitas Torcedores não sabem que a primeira Torcida Organizada no Brasil foi criada muito antes disso, e principalmente que foi por criada por uma mulher.

       Pois, sim uma guerreira, Alice Neves, mãe de Mario Neves, um dos fundadores do Athlético Mineiro Football Club. Seu amor incondicional ao clube foi uma peça fundamental para prosseguir com os sonhos desses garotos.

        O Athlético Mineiro foi o primeiro clube no Brasil a ter uma torcida organizada feminina no BrasilAlice foi de casa em casa pedindo autorização dos Pais para que suas amigas e até mesmo as irmãs dos fundadores pudessem lhe acompanhar no jogos, ela e suas amigas costureiras se juntaram e fizeram as primeiras camisas, shorts, bandeiras e o primeiro escudo usado pelo atlético.
        
              Em Março de 1909, ela reuniu um grupo de 50 mulheres que fizeram muita festa e agitaram na 1º vitória do galo encima do extinto, agora, Sport.


        Devido seu empenho em ajudar de maneira gratuita, o Athlético Mineiro Football Club, no dia 25 de março de 1913, passa a chamar-se Clube Atlético Mineiro. Ela se tornou madrinha do clube , e em 1920 fundou a primeira Torcida Organizada Feminina do Atlético. Ela até hoje serve como referência para todas as mulheres não importando o time, pois em uma época de preconceito extremo, dona de uma pensão para estudantes mostrou a força da mulher.



Outra brasileira, guerreira que deixou sua marca na história das torcidas organizadas foi Dulce Rosalina, ela inovou o jeito de torcer, com papel picado e criando concursos de bateria. Com apenas 22 anos, em 1956, ela presidiu a Torcida Organizada do Vasco, onde permaneceu no cargo por 20 anos, logo após sua saída da torcida por motivos político ela fundou a Torcida Organizada RENOVASCÃO (T.O.V).

           Ela era muito querida por todos os jogadores e diretores, tanto que em um fato que marcou mais ainda trajetória na torcida: ao chegar no estádio do Maracanã com seu filho e sacos com papel picado, os seguranças barraram sua entrada e chamaram a polícia. Ela teria chamado o policial de flamenguista e por desacato foi presa, quando os jogadores souberam do fato se recusaram a iniciar a partida e só entrariam em campo se ela fosse liberada. E assim aconteceu. Os policias a soltaram quando ela entrou no estádio foi recebida pelos jogadores, e então iniciou a partida.


Em 1960, Dulce Rosalina venceu o Concurso de Melhor Torcedora do Brasil. Este concurso era realizado por uma prestigiada revista da época ESPORTE. A premiação ela doou pra o cruzmaltino. Dulce Rosalina faleceu em 19 de fevereiro de 2004. A Prefeitura do Rio de Janeiro decidiu lhe homenagear, ao dar seu nome a uma rua que fica próximo ao Estádio SÃO JANUÁRIO alem disso os integrantes da torcida fizeram uma bandeira em sua homenagem. 

  
  Essas mulheres foram e são até hoje uma inspiração para todas as Mulheres que cada vez mais vem embelezando as arquibancadas e mesmo com todo preconceito e dificuldades vem alcançando seu espaço, aqui no Pará não e diferente, temos Muitas torcidas femininas que são Agregadas as torcidas masculinas, Mas também temos as independentes (algumas usam os nomes de Movimento, associação ou uniformizadas) mas todas com o mesmo intuito fortalecer o grito nas bancadas, com charme e amor ao clube.

Veja mais sobre a Dulce Rosalina:

No Pará, exatamente Belém, existe uma rivalidade muito grande entre dois clubes: PAYSANDU x REMO. Dupla RExPA como e conhecida tem como seu mérito, como o Clássico mais jogado do mundo, ate então são exatamente 744 clássicos, e como não e diferente cada clube possui também suas torcidas femininas 
Paysandu: (MOVIMENTO FEMININO TUTB, APAYXONADAS PSC, CHARME BICOLOR, LOBAS INSANAS);
Remo: (AZULINDAS, COMANDO FEMININO, LEOAS AZULINAS).
Sem contar as torcidas organizadas femininas que são agregadas as torcidas unissex.
Em uma pequena entrevista a falou a fundadora do MOVIMENTO FEMININO T.U.T.B  (Paysandu) comentou sobre o inicio e as dificuldades. 

LIESLE PEDROSO, 41 anos

Entrei na terror com 28 anos e criei o movimento feminino em 2007 junto com 2 amigas também da terror O problema de mulher em TORCIDA ORGANIZADA por incrível que  pareça é a falta de espaço e preconceito que ainda existe por parte dos homens das mesmas. O problema de mulher em TORCIDA ORGANIZADA por incrível que pareça é a falta de espaço e preconceito que ainda existe por parte dos homens das mesmas.Tentei  fortalecer a torcida sempre estando ao lado do Paulo que era presidente da terror e também meu namorado, sempre dei total apoio e dedicação a minha torcida em projetos sociais e em todos os outros assuntos que envolve uma torcida organizada.Procurando mostrar que em torcida organizada existe muita gente boa com muitos projetos bacana e que gente de má índole existe em qualquer lugar. Minha intenção sempre foi mostrar a capacidade da mulher em gerenciar um universo de maioria masculina. E acho que deixei um bom legado. 

   Além de as Torcidas organizadas femininas passarem por discriminação pelo simples fato, sermos Mulheres em organizadas ainda temos que encarar o preconceito da nossa própria família, assim como comentou uma integrante do MOVIMENTO FEMININO LEOAS AZULINAS (Clube do Remo).


ANNE ALVES, 27 ANOS
Entrei com 20, anos na torcida pois queria um local legal e companhia para ir pros jogos.  Os problemas mesmo de sempre, preconceito, desrespeito e machismo.  Minha Mãe no início achava que existia muita violência em Torcida Organizada, Mas com o tempo ela vem já mudando essa idéia.
Com o tempo esperamos que as Torcidas organizadas femininas possam ter um espaço igualado a ao dos homens, entendemos sim de futebol, gostamos de fazer festas nas bancadas e merecemos sim! reconhecimento e o respeito.

O LUGAR DE MULHER E ONDE ELA QUISER, INCLUSIVE NA BANCADA.

Editora: Gisa Vilhena
Fontes:
·     https://mulheralvinegra.blogspot.com/2016/03/audacias-de-22-estudantes-e-ousadia-de.html?m=1
·      paixaodagama.blogspot.com
·      torcidasdovasco.blogspot.com

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